Washington/EUA (15/01/2025) - Após 467 dias de guerra e quase 48 mil mortos, Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo, que entrará...
'Minha diplomacia nunca poupou esforços para concretizar o acordo', diz o presidente americano, após anúncio de cessar-fogo entre Israel e Hamas
Por G1 | Edição: Emerson TormannO presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, publicou um comunicado comemorando o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, nesta quarta-feira (15). O democrata disse que a sua diplomacia "nunca poupou esforços para concretizar o acordo".
O presidente dos EUA também disse que os reféns americanos participarão da primeira fase da libertação.
Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo nesta quarta-feira (15), após dias de intensas negociações. As autoridades do Catar anunciaram o acordo, que entra em vigor no próximo domingo, dia 19.
Cerca de 100 reféns israelenses, vivos ou mortos, ainda estão nas mãos do Hamas desde os ataques de 7 de outubro de 2023 pelo grupo palestino no sul de Israel.
A represália de Israel já deixou mais de 48 mil mortos em Gaza, de acordo com autoridades de saúde palestinas. O enclave está destruído e enfrenta uma crise humanitária. A maior parte da população foi deslocada.
Biden também comentou a interação entre a sua equipe e a de Trump.
"O acordo foi desenvolvido sob a minha administração, mas seus termos serão implantados pela equipe de Trump", disse Biden. "Nos últimos dias, a minha equipe e a de Trump têm conversado como se fossem um único time."
Ao fim do pronunciamento na Casa Branca, um jornalista perguntou se ele ou Trump levariam o crédito pelo acordo.
"Isso é uma piada?", respondeu Biden, antes de sair do púlpito.
Tanto Biden quanto Trump tinham enviados envolvidos nas negociações para o cessar-fogo: Brett H. McGurk, do lado do democrata, e Steve Witkoff, representando o presidente eleito.
Catar anuncia cessar-fogo na Faixa de Gaza
Em seu perfil na rede social Truth Social, às 14h02 do horário de Brasília, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia comemorado a aprovação do acordo, numa tentativa de trazer para si o crédito da conquista: "Nós temos um acordo para os reféns no Oriente Médio. Eles serão libertados em breve".
"Este acordo de cessar-fogo ÉPICO só poderia ter acontecido como resultado da nossa vitória histórica em novembro, pois sinalizou ao mundo inteiro que meu governo buscaria a paz e negociaria acordos para garantir a segurança de todos os americanos e nossos aliados", escreveu Trump.
Ao longo de seu discurso na Casa Branca, Biden cometeu alguns atos falhos, por exemplo, dizento que os ataques de 7 de outubro foram perpetrados pelo Hezbollah, e não pelo Hamas, e agradecendo aos esforços do emir do Kuwait, em vez do emir do Catar.
Veja a íntegra do comunicado abaixo:
"Hoje, após muitos meses de diplomacia intensiva pelos Estados Unidos, juntamente com Egito e Catar, Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns. Este acordo encerrará os combates em Gaza, proporcionará a tão necessária assistência humanitária aos civis palestinos e reunirá os reféns com suas famílias, após mais de 15 meses de cativeiro.
Eu apresentei os contornos precisos deste plano em 31 de maio de 2024, após o qual ele foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU. Ele é resultado não apenas da extrema pressão sobre o Hamas e da mudança na equação regional após o cessar-fogo no Líbano e o enfraquecimento do Irã — mas também de uma diplomacia americana persistente e meticulosa. Minha diplomacia nunca cessou em seus esforços para concretizar isso.
Mesmo enquanto celebramos esta notícia, lembramos todas as famílias cujos entes queridos foram mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro, e as muitas pessoas inocentes que perderam a vida na guerra que se seguiu. Já passou da hora de os combates terminarem e de o trabalho de construir a paz e a segurança começar. Também penso nas famílias americanas, três das quais ainda têm reféns vivos em Gaza e quatro aguardam a devolução dos restos mortais de seus entes queridos após o que tem sido o pior dos horrores imagináveis. Com este acordo, estamos determinados a trazer todos eles para casa."
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