Iniciativas do GDF incluem programa integrado de acolhimento que presta assistência social, moradia e qualificação profissional à população vulnerável
O questionário aplicado pelo IPEDF em parceria com a Sedes-DF levanta dados como orientação sexual, idade, histórico de residência no DF e outros | Fotos: Divulgação/IPEDF |
Em 2024 ações de acolhimento à população em situação de rua foram intensificadas pelo GDF
Por Emerson Tormann
O Governo do Distrito Federal (GDF) tem ampliado suas ações de acolhimento à população em situação de rua, estabelecendo-se como pioneiro entre as unidades da Federação ao apresentar um plano estruturado de política pública. A iniciativa surgiu após o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender as ações de abordagem a essa população no ano passado.
Foram desmontadas várias estruturas precárias e utilizados três caminhões para recolher os materiais inservíveis e encaminhá-los para a URE do Serviço de Limpeza Urbana |
O programa, que começou com uma fase de testes em maio de 2024 na Asa Sul e em Taguatinga, já atendeu inicialmente cerca de 50 pessoas com assistência social e diversos serviços públicos. Desde então, as ações têm se intensificado, especialmente no Plano Piloto, onde equipes multidisciplinares realizam abordagens regulares.
Durante as abordagens, o GDF oferece diversos serviços públicos que incluem saúde, educação, assistência social, orientação sobre cuidados com animais domésticos |
Coordenado pela Casa Civil do GDF, o trabalho envolve diversas secretarias e órgãos governamentais, oferecendo um conjunto abrangente de serviços que incluem atendimento à saúde, oportunidades de educação, assistência social e orientação sobre cuidados com animais domésticos. Um diferencial do programa é a oferta de um auxílio excepcional de R$ 600 para pessoas sem condições de pagar aluguel, além de vagas em abrigos e programas de qualificação profissional, como o RenovaDF.
A operação passou por diversas regiões administrativas do DF, oferecendo serviços públicos nas áreas de saúde, qualificação e emprego, moradia e acolhimento |
"A orientação do governador Ibaneis Rocha é de levarmos dignidade para todas as pessoas que estão em situação de rua no Distrito Federal", afirma o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha. Segundo ele, as equipes trabalham para apresentar programas que oferecem acolhimento, capacitação profissional e possibilidades de moradia própria.
Para fortalecer ainda mais essas iniciativas, o GDF realizará em janeiro o 2º Censo Distrital da População em Situação de Rua, através do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF). O levantamento, que será realizado a cada dois anos, visa mapear o perfil e as necessidades dessa população, fornecendo dados essenciais para o aprimoramento das políticas públicas existentes.
A primeira edição da pesquisa foi realizada em 2022. A realização periódica, a cada dois anos, do Censo Distrital da População em Situação de Rua foi instituída pelo Decreto nº 45.474, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) em fevereiro de 2024.
População em situação de rua no DF cresce menos que média nacional
Em dezembro de 2024, o Distrito Federal tinha cerca de 8.621 pessoas em situação de rua, o que representa aproximadamente 0,28% da população total do DF. Houve um aumento de 8% em comparação com dezembro de 2023, quando havia 7.982 pessoas vivendo nessas condições.
Distrito Federal concentra aproximadamente 3,4% da população em situação de rua do Brasil (dado de 2023). Embora o número absoluto de pessoas em situação de rua no DF seja significativo, ele representa uma pequena fração da população total do país.
Segundo a UFMG, houve um aumento de 25% no número de pessoas em situação de rua no país em 2024. O contraste é evidente quando comparado a outras regiões do país, especialmente o Sudeste, que concentra 63% das pessoas em situação de rua, com São Paulo respondendo por 43% do total nacional.
*Com informações do IPEDF
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