Lula defende programa habitacional transformador, criticando a burocracia e defendendo casas dignas que vão além de quatro paredes.
Presidente detalha programa habitacional e critica burocracia durante o discurso de abertura do 99º ENIC na Sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Em discurso durante o Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com programas habitacionais que vão além da simples construção de casas, defendendo um modelo que promova dignidade e inclusão social.
Lula relembrou a gênese do programa Minha Casa, Minha Vida, iniciado em 2009, quando propôs um ambicioso projeto de construção de 1 milhão de casas. Criticando inicialmente propostas que considerava tímidas, o presidente argumentou que o programa deveria não apenas resolver o déficit habitacional, mas também gerar empregos e melhorar a qualidade de vida da população.
"Se tem uma coisa que a gente precisa tratar é as pessoas mais Humildes com respeito. Ele já sofre por ser pobre, ele já sofre por não ter acesso a Grandes Coisas. Então é preciso que a gente demonstre para ele no mínimo respeito. A gente quer ser pobre, mas a gente quer ser respeitado, a gente quer ter orgulho e a gente quer morar bem."
O líder destacou a evolução do programa, que inicialmente focava em famílias de baixa renda e progressivamente passou a atender também a setores médios da sociedade. Lula enfatizou a importância de construir não apenas casas, mas comunidades completas, com infraestrutura de lazer, educação e cultura.
Um dos pontos mais contundentes do discurso foi a denúncia de que 4 milhões de famílias no país não possuem banheiro. Baseando-se em sua própria experiência de infância em condições precárias, Lula defendeu a necessidade de um programa específico para levar saneamento básico e condições dignas de moradia às populações mais vulneráveis.
"Nós só temos que nos respeitar. Nós só temos que saber qual é a tarefa de cada um, qual é o papel de cada um. Se a gente fizer isso, a gente vai estar construindo a sociedade que todo mundo quer viver: uma sociedade democrática, uma sociedade civilizada, uma sociedade que respeita uns aos outros independente do que a gente pensa."
O presidente também criticou a burocracia e a mentalidade que considera excludente no setor da construção civil, defendendo que as habitações populares devem ser construídas com qualidade, respeito e dignidade. Ele citou exemplos de projetos iniciais onde casas eram entregues sem muros, portas ou revestimentos, como se moradores de baixa renda não merecessem padrões básicos de conforto.
Lula apresentou um panorama econômico otimista, celebrando o menor índice de desemprego desde 2012 e o maior crescimento da massa salarial desde 2014. Defendeu um modelo de desenvolvimento inclusivo, onde a circulação de renda estimula o consumo, a produção industrial e o trabalho.
O evento reuniu líderes, autoridades e especialistas para discutir as tendências e os desafios da construção civil, reforçando a importância do diálogo entre setor público e privado para promover crescimento econômico e inclusão social.
Concluindo seu discurso, Lula ressaltou a importância da construção civil para o desenvolvimento econômico, destacando o papel dos empresários como parceiros fundamentais na implementação de políticas públicas que promovam inclusão social e crescimento econômico.
O encontro reafirmou o compromisso do governo com um modelo de desenvolvimento que prioriza a redução das desigualdades sociais e a melhoria das condições de vida da população brasileira.
O 99º ENIC é promovido pela CBIC, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), com apoio institucional da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O evento conta com os patrocínios do Sienge, do Sistema Confea/Crea/Mútua, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
COMENTAR