Fotos: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI) “Um plano estratégico para o desenvolvimento e utilização da Inteligência Artificial no Brasil”, foi o te...
Fotos: Rodrigo Cabral (ASCOM/MCTI) |
“Um plano estratégico para o desenvolvimento e utilização da Inteligência Artificial no Brasil”, foi o tema da última plenária do primeiro dia da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCT), nessa terça-feira, 30.
A mediação foi da coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Renata Mielli, que iniciou o painel destacando a potência dos impactos da inteligência artificial. “O debate sobre inteligência internacional tem mobilizado a comunidade científica internacional, governos, sociedade civil. Todos atentos e preocupados em como impulsionar o desenvolvimento dessa tecnologia que é uma ferramenta que pode transformar a sociedade e a vida das pessoas e trazer impactos positivos e negativos”, declarou.
Em seguida, o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Fernandes fez a apresentação da proposta do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial entregue na manhã desta terça-feira (30) para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura da 5CNCTI.
Fernandes destacou a preocupação na segurança da informação e de como o IA pode ajudar no desenvolvimento do país. “Nós partimos da compreensão de que a inteligência artificial é uma força tecnológica transformadora que impacta a sociedade e o planeta. A concentração excessiva de poder, dados e recursos em poucas empresas ou em poucos países, pode ter como consequência a exclusão de grande parte da humanidade dos benefícios dessa tecnologia”, ressaltou.
O secretário-executivo do MCTI complementou falando que o governo brasileiro quer participar da liderança mundial de IA para ser cada vez mais um país desenvolvido e soberano. “Contamos com a cooperação internacional para viabilizar nossa capacitação nesta tecnologia. E também estamos dispostos a compartilhar com outros países em desenvolvimento a capacidade de infraestrutura e de processamento que implatarmos”, pontuou Fernandes que também revelou que o Brasil quer ajudar outros países em desenvolvimento. “Nós queremos ser um fator de inclusão. Ser líder global em IA, ser líder tanto na sustentabilidade quanto também no compartilhamento dos benefícios que possam advir da utilização dessa tecnologia”, destacou.
O secretário do MCTI, Luis Fernandes enfatizou também que só foi possível realizar a construção do PBIA com segurança e audácia porque o governo do presidente Lula partiu de dois princípios. “Respeito integral a lei de regulamentação do FNDCT (Fundo Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação) aprovado pelo Congresso Nacional que proibiu o contingenciamento dos recursos do FNDCT. O Fundo é um dos pilares deste plano”, destacou Fernandes que também é presidente do Conselho Diretor do FNDCT.
“O segundo pilar foi também a decisão do presidente Lula de viabilizar a capitação de crédito para a Finep, por meio do FNDCT, e para o BNDES, por meio do Mais Inovação, a taxa TR que permite fornecer crédito para inovação das empresas. Temos um apoio sólido à inovação”, completou Luis Fernandes.
Perguntas
Qual o impacto do PBIA para os pesquisadores que estão trabalhando com IA?
A pergunta foi feita pela mediadora Renata Mielli para o professor Silvio Meira, do Porto Digital, que detalhou que é preciso dinamismo na evolução da inteligência artificial e isso exige um capital humano complexo.
“Isso faz com que a gente repense na formação de capital humano. Um capital humano complexo, extremamente sofisticado com graduação em engenharia, matemática, computação e de um doutorado. Isso exige no mínimo um estudo de 10 anos”, explicou.
Meira acredita que o PBIA deve ser um plano de capacitação de longo prazo. “Pensar em 2028 é o primeiro passo de um grande desafio para ter um impacto na vida dos brasileiros”.
Impacto que a IA pode ter na dimensão econômica do país?
Este foi o segundo questionamento feito no painel. A pergunta da Renata Mielli foi endereçada ao diretor de tecnologia do Banco do Brasil, Rodrigo Mulinari que disse que o BB vai investir R$ 40 bi em tecnologia e parte disso em IA. “Inteligência artificial e cybersegurança são os maiores investimentos em tecnologia que os bancos fazem”, explicou.
Mulinare também contou que o BB também investe em capital humano para atualizar os funcionários. “Um dos grandes desafios é na formação de pessoas. Até o fim do ano vamos formar 20 mil pessoas em inteligência artificial”, disse. A ideia é fazer os funcionários do banco entenderem como o IA pode ajudar a otimizar e melhorar o trabalho realizado por eles.
IA na iniciativa privada
O CEO da Widelabs, Nelson Leoni, falou dos impactos positivos da IA para o setor privado. Ele destacou que a empresa acaba de lançar uma plataforma de inteligência artificial nacional. “É um momento histórico. Acabamos de lançar o mais robusto modelo de linguagem em português, feito por brasileiro. Chama AmazoniaIA”, comemorou.
“Ele nasceu de uma intransigência que a gente tinha. Hoje nós temos um produto de IA que a gente pode conversar. Ele sabe mais português que os outros porque foi feito aqui”, explicou Leoni garantindo que a plataforma respeita todas as leis de propriedade intelectual e segurança de dados e privacidade.
Os desafios nacionais da IA
O painel foi fechado com a professora do IDP e pesquisadora Laura Schertel. Ela esteve em uma das reuniões do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia sendo uma das especialistas que ajudou na formulação do PBIA. “Nós sabemos que a inteligência artificial tem o potencial e já está revolucionando a nossa economia e sociedade”, esclareceu a professora.
Schertel apontou que o plano foi lançado em um momento oportuno. “Precisamos fomentar uma IA que seja responsável, que proteja o meio ambiente, que proteja os menos favorecidos e que proteja as pessoas excluídas”, comentou reforçando que o Brasil precisa de uma IA responsável com governança e proteção de dados.
Confira abaixo íntegra do painel abaixo:
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