O projeto Reciclotech, que vem transformando a realidade do descarte eletrônico no Distrito Federal ao promover a reutilização de aparelhos ...
O projeto Reciclotech, que vem transformando a realidade do descarte eletrônico no Distrito Federal ao promover a reutilização de aparelhos em trabalhos de inclusão digital, está prestes a dar um salto significativo em sua atuação. Sob a coordenação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), o programa será expandido para todo o DF, adotando um novo modelo de atuação que beneficiará ainda mais comunidades e promoverá ações sustentáveis.
Até então, o projeto Reciclotech estava restrito à região do Gama, mas com os resultados impressionantes alcançados nas duas primeiras execuções, a SECTI decidiu implementar um escopo que abrangerá cinco macrorregiões do Distrito Federal. Com esse novo formato, mais eletroeletrônicos poderão ser recolhidos, recondicionados e destinados a ações de inclusão digital.
No último ano, graças aos esforços do projeto, mais de 500 toneladas de lixo eletrônico foram recolhidas e mais de 100 pontos de entrega voluntária foram estrategicamente instalados em diversas regiões administrativas do Distrito Federal. Essa iniciativa resultou na doação de mais de 1,5 mil computadores a escolas, hospitais e entidades sem fins lucrativos, que têm promovido ações de inclusão digital em suas comunidades.
Além dos benefícios ambientais, a Reciclotech tem sido um motor para a capacitação de jovens e adultos. Mais de 1,2 mil alunos foram formados por meio de cursos relacionados à tecnologia da informação, recondicionamento de lixo eletrônico, reciclagem de resíduos sólidos e descarte correto de rejeitos. Os melhores alunos foram contratados pela Organização da Sociedade Civil (OSC) responsável pelo projeto e estão desempenhando um papel ativo no recondicionamento dos computadores, garantindo que mais dispositivos eletrônicos sejam recuperados e reutilizados.
Agora, com o projeto Nova Reciclotech, a expectativa é ampliar ainda mais o alcance do programa, otimizando o sistema de logística reversa por meio do aumento do número de pontos de entrega voluntária em todo o Distrito Federal. Essa estratégia visa tornar a iniciativa mais eficiente e abrangente, alinhando-se com os princípios da economia circular e promovendo a empregabilidade na região.
O secretário Gustavo Amaral destaca que o Reciclotech “evita o desgaste público desnecessário e a gente fomenta a empregabilidade, novos cursos e a economia circular” | Foto: Geovana Albuquerque/ Agência Brasília
Gustavo Amaral, secretário de Ciência e Tecnologia, ressalta a importância do projeto e o apoio do governo nessa nova fase de expansão. Segundo ele, o governador Ibaneis Rocha enfatizou a necessidade de ampliar as ações para todo o Distrito Federal, a fim de maximizar os resultados e possibilitar que um maior número de jovens participe das políticas integradas promovidas pela SECTI.
O projeto também recebeu apoio de diversos parceiros, como o Banco do Brasil e o Tribunal Superior do Trabalho (TST), que realizaram doações significativas de computadores para a Reciclotech. Essa parceria é essencial para garantir a eficiência do projeto, uma vez que o recondicionamento e a reutilização de aparelhos eletrônicos são fundamentais para o desenvolvimento sustentável da região.
A expansão da Reciclotech é uma notícia animadora para o Distrito Federal, pois além de impulsionar a inclusão digital e promover o descarte correto de eletrônicos, contribui para a formação de uma sociedade mais consciente e responsável em relação ao meio ambiente. Com a união de esforços e o comprometimento de todos os envolvidos, a expectativa é que o projeto se torne uma referência em ações sustentáveis e inclusivas, beneficiando cada vez mais pessoas e fortalecendo o desenvolvimento tecnológico da região.
Economia circular
São cerca de R$ 3,5 milhões de investimento no projeto, que funciona 100% com recursos do GDF, em parceria com o Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP). O Reciclotech é um projeto inovador implementado no Distrito Federal que tem como principal marco a execução do primeiro sistema de logística reversa estadual com economia circular do país. Ou seja, possibilita que alguns materiais sejam 100% reaproveitados em várias aplicações, trazendo um conceito estratégico em que os resíduos são insumos para a produção de novos produtos, gerando um desenvolvimento sustentável.
Com a nova etapa do projeto, alguns materiais poderão ser 100% reaproveitados em várias aplicações | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília
“A logística reversa é lucrativa se feita de forma adequada. Nessa parceria público-privada, as entidades que se cadastram podem gerar renda com a captação de materiais, diminuindo cada vez mais a participação do governo para balancear e usar os investimentos do estado em novos projetos”, explicou o secretário de Ciência e Tecnologia.
Entre 1º de novembro de 2022 e 30 de abril de 2023, 126 toneladas de resíduos eletrônicos foram coletadas e, destas, 97 toneladas já foram devolvidas para a indústria. Há um caminhão da Reciclotech que roda o Distrito Federal para receber o material e orientar a população. Ele faz a captação do lixo eletrônico e o descarte de forma adequada.
Os resíduos aproveitáveis, como computadores que não são mais utilizados, por exemplo, são recolhidos e recondicionados. Dos computadores doados entre 2022 e 2023, por exemplo, mil foram para laboratórios da secretaria de educação e mais 800 para secretaria da família e juventude.
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