Encontrar um edifício, seja residencial, comercial ou industrial, inteiramente sustentável - do projeto ao uso - é condição rara no Brasil. ...
Encontrar um edifício, seja residencial, comercial ou industrial, inteiramente sustentável - do projeto ao uso - é condição rara no Brasil. Estão em voga algumas soluções ecológicas na construção civil e arquitetura, como os “green buildings”, que são edificações planejadas para causar pouco impacto ao meio ambiente. Essas obras ambientais e responsáveis são pensadas para causar o mínimo impacto, desde o desenho do projeto até depois de sua finalização, oportunizando qualidade de vida nas cidades.
Por Michael Vicentim*
Os esforços de sustentabilidade no Brasil já foram reconhecidos: o país está na vanguarda em matéria de edificações conscientes e ocupa o quinto lugar no ranking Green Building Council Brasil (GBCB). A construção verde, por assim dizer, engloba uma série de processos ambientalmente responsáveis e eficientes do ponto de vista construtivo, operacional, de manutenção, renovação e até mesmo demolição. Para a adoção de práticas sustentáveis visando à criação de estruturas ecológicas, faz-se necessária a estreita cooperação entre empreiteiros, arquitetos, engenheiros, colaboradores e clientes para o mesmo fim: reduzir o impacto global da construção sobre o meio ambiente, economizar os custos das matérias-primas, obter um melhor aproveitamento dos recursos e valorizar o imóvel.
A necessidade de eficiência energética na construção civil é essencial. Muito além do uso racional e responsável das fontes energéticas, é preciso viabilizar soluções construtivas mais eficientes e uso de materiais extraordinários. Dentre as alternativas presentes hoje no mercado, estão a oferta de materiais de construção sustentáveis, como blocos de cimentos tecnológicos feitos em materiais alternativos, como isopor e resíduos plásticos; madeira de reflorestamento; e blocos ecológicos, como tijolos feitos com terra comprimida, dentre outros.
Outra iniciativa é o reúso da água, uma solução adotada pela maioria dos projetos de engenharia com visão sustentável. Inclusive, o reaproveitamento dos recursos hídricos já é norma promulgada pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. A Lei n.º 20448-17, de dezembro de 2020, prevê que os novos projetos de edificações deverão priorizar equipamentos hidráulicos de consumo econômico, bem como o reúso de água e a captação e utilização da água da chuva. Uma iniciativa de destaque é o reaproveitamento das águas pluviais para limpeza de itens de pintura como pincéis, espátulas e rolos. Estima-se que no prazo de execução de uma obra, seja gerado uma economia de R$ 60 mil.
A indústria da construção civil também se preocupa com outros princípios de eficiência energética como a energia solar. Essa energia proveniente da luz e do calor do sol já é uma tendência adotada por construtoras e incorporadoras, principalmente nos canteiros de obras. Dentre os benefícios, destacam-se a redução das despesas com eletricidade, o que favorece o orçamento da obra e a receita da construtora; salvaguarda a obra contra as variações na tarifa de energia elétrica em determinados períodos do dia e do ano, aumentando a previsibilidade do orçamento; valorização do empreendimento, já que a energia solar é percebida como um valor agregado ao proporcionar economia a longo prazo; e, ainda, torna o empreendimento mais sustentável, atendendo às exigências da sociedade por projetos mais ecológicos e conscientes.
Cabe destacar que o preço de implementação da energia fotovoltaica ainda é uma das maiores objeções à implementação nos empreendimentos. No entanto, o investimento compensa: se não for possível comprar as placas solares para instalar, uma alternativa é a compra de crédito de energia solar, que são produzidos com a sobra da energia gerada em uma unidade produtora. A iniciativa, ainda em fase de testes, foi aplicada em duas obras de grande porte com 268 colaboradores em campo e de 58.630 metros quadrados e já gerou 4.310 de quilowatts-hora (kWh) de energia limpa. Outro fator compensatório: o Brasil tem, hoje, a segunda conta de luz mais cara do mundo, ficando atrás apenas da Colômbia. A surpreendente constatação veio de um estudo realizado pela plataforma CupomValido.com.br com dados da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). E tem mais, segundo estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa de energia elétrica tende a subir, em média, 5,6% neste ano. Ou seja, alternativas são mandatórias.
É notório que ser sustentável envolve mais do que ter um sistema de reúso da água da chuva, coleta seletiva com destinação adequada dos resíduos ou contar com iluminação natural e lâmpadas de LED. A implementação consistente de iniciativas verdes eficientes nas edificações enquadra as obras, não somente nos padrões internacionais ambientalmente favoráveis, mas agrega valor aos produtos oferecidos para a sociedade e natureza.
Créditos: Divulgação Grupo A.Yoshii
*Michael Vicentim é superintendente de TI e Inovação do Grupo A.Yoshii.
Imagem de FreepikOs esforços de sustentabilidade no Brasil já foram reconhecidos: o país está na vanguarda em matéria de edificações conscientes e ocupa o quinto lugar no ranking Green Building Council Brasil (GBCB). A construção verde, por assim dizer, engloba uma série de processos ambientalmente responsáveis e eficientes do ponto de vista construtivo, operacional, de manutenção, renovação e até mesmo demolição. Para a adoção de práticas sustentáveis visando à criação de estruturas ecológicas, faz-se necessária a estreita cooperação entre empreiteiros, arquitetos, engenheiros, colaboradores e clientes para o mesmo fim: reduzir o impacto global da construção sobre o meio ambiente, economizar os custos das matérias-primas, obter um melhor aproveitamento dos recursos e valorizar o imóvel.
A necessidade de eficiência energética na construção civil é essencial. Muito além do uso racional e responsável das fontes energéticas, é preciso viabilizar soluções construtivas mais eficientes e uso de materiais extraordinários. Dentre as alternativas presentes hoje no mercado, estão a oferta de materiais de construção sustentáveis, como blocos de cimentos tecnológicos feitos em materiais alternativos, como isopor e resíduos plásticos; madeira de reflorestamento; e blocos ecológicos, como tijolos feitos com terra comprimida, dentre outros.
Outra iniciativa é o reúso da água, uma solução adotada pela maioria dos projetos de engenharia com visão sustentável. Inclusive, o reaproveitamento dos recursos hídricos já é norma promulgada pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. A Lei n.º 20448-17, de dezembro de 2020, prevê que os novos projetos de edificações deverão priorizar equipamentos hidráulicos de consumo econômico, bem como o reúso de água e a captação e utilização da água da chuva. Uma iniciativa de destaque é o reaproveitamento das águas pluviais para limpeza de itens de pintura como pincéis, espátulas e rolos. Estima-se que no prazo de execução de uma obra, seja gerado uma economia de R$ 60 mil.
A indústria da construção civil também se preocupa com outros princípios de eficiência energética como a energia solar. Essa energia proveniente da luz e do calor do sol já é uma tendência adotada por construtoras e incorporadoras, principalmente nos canteiros de obras. Dentre os benefícios, destacam-se a redução das despesas com eletricidade, o que favorece o orçamento da obra e a receita da construtora; salvaguarda a obra contra as variações na tarifa de energia elétrica em determinados períodos do dia e do ano, aumentando a previsibilidade do orçamento; valorização do empreendimento, já que a energia solar é percebida como um valor agregado ao proporcionar economia a longo prazo; e, ainda, torna o empreendimento mais sustentável, atendendo às exigências da sociedade por projetos mais ecológicos e conscientes.
Cabe destacar que o preço de implementação da energia fotovoltaica ainda é uma das maiores objeções à implementação nos empreendimentos. No entanto, o investimento compensa: se não for possível comprar as placas solares para instalar, uma alternativa é a compra de crédito de energia solar, que são produzidos com a sobra da energia gerada em uma unidade produtora. A iniciativa, ainda em fase de testes, foi aplicada em duas obras de grande porte com 268 colaboradores em campo e de 58.630 metros quadrados e já gerou 4.310 de quilowatts-hora (kWh) de energia limpa. Outro fator compensatório: o Brasil tem, hoje, a segunda conta de luz mais cara do mundo, ficando atrás apenas da Colômbia. A surpreendente constatação veio de um estudo realizado pela plataforma CupomValido.com.br com dados da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). E tem mais, segundo estimativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa de energia elétrica tende a subir, em média, 5,6% neste ano. Ou seja, alternativas são mandatórias.
É notório que ser sustentável envolve mais do que ter um sistema de reúso da água da chuva, coleta seletiva com destinação adequada dos resíduos ou contar com iluminação natural e lâmpadas de LED. A implementação consistente de iniciativas verdes eficientes nas edificações enquadra as obras, não somente nos padrões internacionais ambientalmente favoráveis, mas agrega valor aos produtos oferecidos para a sociedade e natureza.
*Michael Vicentim é superintendente de TI e Inovação do Grupo A.Yoshii.
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