MRV&Co perde 99% do seu lucro no 3º trimestre

Imóveis A MRV&Co terminou o terceiro trimestre com R$ 2 milhões de lucro liquido atribuível aos controladores, queda de 99% ante o mesmo...

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A MRV&Co terminou o terceiro trimestre com R$ 2 milhões de lucro liquido atribuível aos controladores, queda de 99% ante o mesmo período de 2021. No conceito consolidado, o lucro somou

R$7 milhões, queda de 96%.

A receita liquida da incorpora dora recuou 5,8% em um ano, para R$ 1,7 bilhão, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 90,6%, para R$ 36 milhões. A margem bruta da MRV&Co fechou setembro em 19,3%, queda de 7,8 pontos percentuais.

“Sofremos muito com aumento de custo, a inflação de matérias-primas puxou as margens para baixo”, diz Ricardo Paixão, diretor financeiro da empresa. Segundo o executivo, já se começa a ver essa  inflação caindo, mas a comparação anual ainda aponta o descompasso.

A companhia divulga também a margem bruta de novas vendas, que alcançou 28% ao fim de setembro, ante 25%em junho e 19% em dezembro do ano passado. “Estamos acumulando uma safra mais saudável de unidades a serem construídas e quando as fizermos, vamos ter resultado muito melhor”, diz Paixão.

O aumento do preço das novas unidades é o que garantiu esse crescimento da margem. Na média, os  lançamentos tiveram um preço 25,5% maior do que no mesmo período do ano passado. Para o  executivo, o quarto trimestre ainda deve apresentar margem bruta próxima à do terceiro trimestre, com alta em 2023.

Paixão cita ainda que no terceiro trimestre de 2021 houve a venda de um prédio da Resia, a subsidiária americana da MRV&Co, que gerou lucro de R$ 100 milhões, o que não ocorreu neste terceiro trimestre. Pelo contrário,  a Resia foi responsável por R$975 milhões em queima de caixa.

O valor assustou o mercado, mas o executivo reforça que é natural do ciclo da empresa, que vende projetos inteiros e prontos. No trimestre, a MRV&Co queimou R$ 1,22 bilhão em caixa, ante geração de R$ 1033 milhões há um ano. Uma nova venda da Resia pode ocorrer no quarto trimestre ou no início de 2023, segundo Paixão.

A área de incorporação no Brasil, com as marcas MRV e Sensia, teve lucro liquido atribuível aos controladores de R$ 61 milhões, alta de 4% na comparação anual. A margem bruta, no entanto, ainda está abaixo do que a companhia considera saudável, em 19,5%, queda de 7,5 pontos percentuais.

Por isso, o foco da incorporadora ainda é aumentar preços para elevar a margem, em vez de apostar

em alta da produção, diz Paixão. O planejamento da MRV&Co é manter a produção anual de incorporação no Brasil em 40 mil unidades pelos próximos dois anos.

Se o programa habitacional brasileiro melhorar em 2023, a companhia pode remanejar para

lá sua produção do SBPE. “A ideia da MRV é poder focar em determinadas linhas de negócio dependendo da situação macroeconômica”, diz Paixão.

Com informações de Ana Luiza Tieghi de São Paulo / VE